Saturday, September 29, 2007

Intersecções do desenho

Essa POA é boa

veja o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=N_SoF0ngGmQ


intersecções do desenho (foto Juliana Lima)


finalizando o desenho

Thursday, September 20, 2007

percursos


Percursos - Subterrânea.
13/9 a 5/10/2007
Independência 745 - Porto Alegre /RS

Tuesday, September 04, 2007

SOBRE PAPEL


SOBRE PAPEL
Antônio Augusto Bueno
de 11/9 a 7/10/2007
Espaço 3 - UNIVATES
Lajeado / RS

Mutações

O silêncio do branco no papel é invadido por linhas feitas a grafite. O gesto sobre o suporte traça as formas na sua superfície revelando-as na plenitude deste branco, inferindo-lhe ruídos pela ação das mãos de Antônio Augusto Bueno. O ato de riscar tantas vezes repetido faz com que a linha fique saturada; mas esta compulsão do fazer cria também, nos novos desenhos, uma distância mediadora que impõe outros ritmos.
Os desenhos estão cada vez mais econômicos nos meios; são construídos em papel e grafite. A simplicidade do material é um contra- ponto à complexidade das formas em contínuas mutações. Então a pergunta inevitável: será que a estrutura da o br a ainda tem sua origem na cabeça humana? Penso que sim, mas de outro jeito, mais despojado. A forma da cabeça, recorrente em tantos trabalhos fica latente e se reveste de outra conotação: ela dilui-se completamente deixando o espaço para os outros elementos interagirem. Os pequenos desenhos que antes figuravam em outro plano de importância dentro da obra, já se anunciavam capazes de metamorfosearem-se, passando de figurantes destacados a verdadeiros protagonistas.
A linha mais fluida e mais pura faz a sua desenvoltura abrir um novo horizonte no tempo e no espaço. Os vazios são maiores, os silêncios mais profundos e em nenhum momento a linha perde a força já conquistada. Ela apenas cria formas originais na obra de Antônio. Ao retornar ao seu antigo estilo: mais densa e acumulada, apresenta-se em novas combinações.
A repetição de linhas e formas, num eterno retorno, transforma os elementos gráficos, atribuindo-lhes variações significativas num constante devir. Estes signos, por não serem reconhecíveis, forçam-nos a pensar no processo de sua criação, na atitude do gesto que os movimenta no papel e no modo com que Antônio Augusto Bueno investe no seu fazer e, ainda, na significação da linha para ele, como origem e fim de toda a sua criação.

Texto e Curadoria de Ana Zavadil - Bacharel em História, Teoria e Crítica de Arte- I.A./ UFRGS