Retratos Contemporâneos

Retratos Contemporâneos. Cabeças de cera encaixotadas. Frágeis. Amarradas com arame queimado, enferrujado, quase farpado. Cabeças apertadas em seus cubículos – estranhos vizinhos de mais um novo e frágil edifício construído no lugar de uma antiga e sólida casa. Moradores de gavetas – donos de um olhar fixo no longe, esperando o nada. A noite é longa... O sol quando nascer com certeza vai derreter a cera [que vai pingar, pingar, pingar], contando como um segundeiro todo o tempo que passou. Vão ficar as caixas vazias, cheias do tão cultuado espaço (...) Talvez apareçam abelhas para construir uma nova cidade...